Um laboratório de análises clínicas no Rio de Janeiro está sob investigação após a infecção de seis pacientes por HIV, atribuída a erros na interpretação de testes de doadores de órgãos. O sócio do laboratório afirmou em depoimento que a sindicância interna revelou indícios de falha humana na transcrição dos resultados de dois testes, os quais erroneamente indicaram que os doadores eram negativos para o vírus. A situação gerou preocupações sobre a segurança dos procedimentos de transplante no estado.
Em resposta ao incidente, o laboratório declarou que não há evidências de um esquema criminoso para falsificar resultados, enfatizando que sua defesa acredita na inocência dos envolvidos. Também foi revelado que uma profissional cujas assinaturas estavam nos laudos apresentava documentação questionável, o que levou a crer na sua capacidade de certificar os resultados. O laboratório já realizou mais de três milhões de exames no último ano e reforçou seu compromisso em apoiar as vítimas, uma vez que as identidades forem oficialmente determinadas.
As autoridades, incluindo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Polícia Civil, estão investigando a fundo as circunstâncias das infecções, considerando o caso sem precedentes e grave. O laboratório foi interditado até a conclusão das investigações, e novos exames pré-transplante estão sendo realizados para garantir a segurança dos procedimentos futuros. Além disso, contratos anteriores do laboratório com a Fundação Saúde estão sendo revisados para esclarecer qualquer envolvimento inadequado nas escolhas de serviços laboratoriais.