No norte de Porto Velho, Rondônia, um grupo de pesquisadores confirmou a descoberta de uma nova espécie de microcrustáceo, o Strandesia rondoniensis. A identificação foi feita após análise taxonômica por especialistas da Universidade de Brasília, que verificaram que a espécie não havia sido previamente descrita. Este ostrácode, que apresenta características únicas, como um padrão de ornamentação de carapaça reticulada e uma alta taxa de reprodução, demonstra potencial significativo para ser utilizado como organismo modelo em estudos de ecotoxicologia.
O Strandesia rondoniensis, que se reproduz por partenogênese e tem uma expectativa de vida média de 47 dias, pode ser cultivado em laboratórios, embora o manejo e aclimatação inicial sejam desafiadores. Os pesquisadores estão investigando a capacidade da espécie em refletir os impactos de contaminação por compostos tóxicos, sendo que sinais de contaminação em organismos desse tipo podem indicar problemas maiores no ecossistema. Essa pesquisa se torna relevante, pois atualmente não existe um organismo teste padronizado para estudos ecotoxicológicos na Amazônia.
Além disso, a utilização de espécies nativas como o Strandesia rondoniensis em experimentos laboratoriais pode fornecer uma visão mais realista dos efeitos das atividades humanas no ecossistema amazônico. O estudo enriquece o conhecimento sobre a biodiversidade da região e oferece novas ferramentas para a avaliação do impacto ambiental, alinhando-se com as normas e regulamentações vigentes para a pesquisa em ecotoxicologia.