Na noite de 30 de dezembro, a Praia Vermelha, na zona sul do Rio de Janeiro, foi palco de um ritual em honra à Iemanjá, orixá das águas nas religiões afro-brasileiras. Ana Beatriz de Oliveira, uma jovem de 23 anos, foi a primeira a chegar, trazendo rosas amarelas como oferenda. O evento, organizado pela Associação Umbanda e Cultos Afros (Auca), contou com a presença de fiéis que trouxeram diversas oferendas, incluindo palmas brancas e cartas de agradecimento.
O culto, conhecido como ‘Presente de Iemanjá’, ocorreu em um contexto de celebração e reflexão sobre os desafios enfrentados ao longo do ano. Washington Bueno, um cabeleireiro de 58 anos, expressou seu desejo de um 2026 com menos violência de gênero, destacando a urgência de promover respeito e conscientização. As tradições religiosas afro-brasileiras foram ressaltadas, misturando elementos culturais e sincréticos que refletem a diversidade do país.
Entretanto, a celebração também levantou críticas sobre a desigualdade de tratamento entre as religiões durante os eventos de fim de ano. O babalawô Ivanir dos Santos questionou o patrocínio da prefeitura a um palco gospel em Copacabana, evidenciando a necessidade de inclusão de todas as crenças na programação. O prefeito Eduardo Paes defendeu a diversidade cultural, afirmando que a música gospel também faz parte do sincretismo religioso carioca, promovendo convivência entre diferentes tradições.

