Carla Beni critica romantização do empreendedorismo no Brasil

Laura Ferreira
Tempo: 2 min.

No último dia do ano, a economista Carla Beni, do FGV, abordou a crescente romantização do empreendedorismo no Brasil, enfatizando que, na realidade, muitos trabalhadores autônomos estão em busca de sobrevivência. Durante sua participação no programa Mercado, ela ressaltou a importância de analisar o cenário completo do mercado de trabalho, mencionando a redução do desalento e o recorde de 102 milhões de ocupados. Apesar dessas melhoras, Beni alertou para os desafios que persistem, como a alta taxa de juros e a mortalidade de pequenos negócios.

Beni também discutiu o papel da tecnologia, citando as plataformas de transporte e entrega como uma alternativa para geração de renda, embora com a preocupação da precarização do trabalho. Ela classificou a onda anti-CLT nas redes sociais como um movimento sórdido, que transforma a Consolidação das Leis do Trabalho em um xingamento e ignora as dificuldades enfrentadas por quem empreende no país. Essa crítica foi apoiada por dados que mostram que a maioria dos novos empregos formais foi preenchida por beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família.

No contexto político, a economista apontou que a desinformação sobre benefícios sociais e a transição demográfica são questões críticas para as eleições de 2026. Ela enfatizou a necessidade de um debate mais profundo sobre produtividade e a influência do Banco Central na economia. Com a política do trabalho se tornando central nas discussões eleitorais, a narrativa e os números da economia serão fundamentais para moldar o futuro do Brasil.

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