O governo federal anunciou, em 30 de dezembro de 2025, o tombamento do antigo prédio do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), situado no centro do Rio de Janeiro, como patrimônio cultural. O Dops foi um símbolo da repressão política durante a ditadura militar, onde ocorreram torturas e execuções de opositores ao regime. A decisão foi oficializada pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, em publicação no Diário Oficial da União.
O edifício, que abriga a antiga Repartição Central de Polícia, é lembrado como um local de violação dos direitos humanos, especialmente durante as décadas de 1960 e 1970. O tombamento, que estava em processo há mais de dez anos no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi aprovado em uma reunião que contou com a presença de familiares de vítimas da repressão, como os ex-deputados Carlos Marighella e Rubens Paiva.
Esse reconhecimento ocorre em um contexto em que o filme ‘Ainda Estou Aqui’, que retrata a história de Rubens Paiva, tem chamado a atenção para os abusos cometidos pelo regime militar. A obra, que ganhou o Oscar de Melhor Filme Internacional em 2025, teve um impacto significativo na sociedade brasileira, reacendendo debates sobre a memória histórica e a justiça para as vítimas da ditadura. Com isso, espera-se que o tombamento do Dops contribua para a preservação da memória e a reflexão crítica sobre esse período sombrio da história do Brasil.

