O China Mineral Resources Group (CMRG) tem implementado táticas rigorosas em suas negociações com gigantes da mineração, como a BHP, para consolidar seu controle sobre o mercado global de minério de ferro, avaliado em US$132 bilhões. A estatal chinesa pediu a usinas e comerciantes que evitem compras de determinados produtos, uma ação que provocou preocupação nas autoridades australianas, que veem a possibilidade de perder participação no fornecimento para a China.
As ações do CMRG visam garantir melhores condições para o setor siderúrgico chinês, especialmente em um momento em que novas fontes de suprimento estão prestes a entrar no mercado. Ao banir produtos da BHP, a CMRG busca aumentar seu poder de negociação, embora tenha enfrentado críticas de usinas que não veem melhorias significativas nos preços ou termos de contrato. O impasse sobre as negociações para o próximo ano destaca a crescente assertividade da CMRG e suas tentativas de redefinir o equilíbrio de poder entre compradores e fornecedores.
A entrada do projeto Simandou, na Guiné, que deve produzir uma quantidade significativa de minério de ferro, promete alterar a dinâmica do mercado, potencialmente fragmentando o domínio australiano. Em meio a essa transição, a CMRG busca alavancar sua posição, mas ainda enfrenta desafios, já que os fundamentos da oferta e demanda continuam a ditar os preços. A eficácia da estatal chinesa em influenciar o mercado dependerá de sua capacidade de se adaptar a essas novas realidades de suprimento.