Partido pró-militar de Mianmar anuncia vitória nas eleições sob críticas

Rafael Barbosa
Tempo: 2 min.

O Partido da União, Solidariedade e Desenvolvimento (PUSD), pró-Exército de Mianmar, anunciou uma vitória significativa na primeira fase das eleições organizadas pela junta militar, realizada no último domingo. A organização revelou que conquistou 82 das 102 cadeiras na Câmara Baixa nos municípios onde a apuração foi concluída. A eleição ocorre em um contexto de forte repressão política desde o golpe de Estado em 2021, que depôs a Liga Nacional para a Democracia (LND) de Aung San Suu Kyi, que não participou do pleito.

Ativistas e organismos internacionais manifestaram preocupação com a legitimidade das eleições, apontando que o processo eleitoral pode fortalecer a junta militar. Apesar das alegações de um pleito livre, a falta de concorrência justa e a exclusão de candidatos da oposição, como a LND, levantam dúvidas sobre a credibilidade do resultado. A Comissão Eleitoral de Mianmar ainda não divulgou resultados oficiais, e as próximas fases das eleições estão programadas para janeiro de 2026.

As repercussões dessa eleição podem intensificar a luta pela democracia em Mianmar, onde a população já expressou desconfiança em relação ao processo. Enquanto a junta militar insiste na legitimidade do pleito, a realidade de uma guerra civil e a repressão a dissidentes continuam a marcar o cenário político. A resposta da comunidade internacional e a reação da população local serão cruciais para os desdobramentos futuros nesta crise política.

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