No dia 28 de dezembro de 2025, o presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, denunciou o reconhecimento por Israel da Somalilândia como um Estado independente. Essa declaração foi considerada uma “ameaça” à segurança e à estabilidade da região, especialmente em um contexto de tensões separatistas. O território, que declarou independência em 1991, se localiza no nordeste do Chifre da África e tem uma área equivalente à do Uruguai.
Mohamud, em uma sessão parlamentar de emergência, argumentou que essa decisão israelense ofende a soberania da Somália e encoraja movimentos separatistas que podem desestabilizar a região. A Somalilândia, embora autônoma e relativamente estável, é cercada por um ambiente tenso, onde a Somália enfrenta insurgências e conflitos internos. A resposta internacional foi mista, com países como Turquia, Djibuti e Egito repudiando o ato, enquanto a União Europeia pediu respeito à soberania somali.
Analistas acreditam que a decisão de Israel foi impulsionada por interesses de segurança regional, especialmente em relação aos rebeldes huthis no Iémen, que se encontram em frente à costa da Somalilândia. A localização estratégica da Somalilândia no estreito de Bab el Mandeb, uma importante rota comercial, aumenta a complexidade da situação. Os desdobramentos dessa crise podem impactar não apenas a Somália, mas também a dinâmica de segurança na região do Chifre da África.

