Na quinta-feira, 25 de dezembro, o governo da Venezuela anunciou a libertação de 99 indivíduos detidos durante os protestos que seguiram a controversa reeleição do presidente Nicolás Maduro em 2024. As manifestações, que se intensificaram após a proclamada vitória de Maduro, resultaram em 28 mortos e mais de 2.400 detenções, as quais o governo rotulou como ‘terroristas’. Essa ação foi vista como uma tentativa de aliviar a tensão social no país.
A decisão de libertar os detidos foi anunciada pelo Ministério do Serviço Penitenciário, que afirmou que as medidas foram tomadas caso a caso, respeitando a lei. Entre os libertados está uma médica que havia sido condenada por ‘traição à pátria’ e ‘incitação ao ódio’. Com mais de 900 presos políticos ainda encarcerados, a oposição e grupos de direitos humanos seguem denunciando a repressão e a falta de liberdade de expressão no país, além de apontar que as detenções têm caráter arbitrário.
O contexto político na Venezuela se complica com a pressão externa, especialmente dos Estados Unidos, que mantém uma frota no Caribe alegando combate ao narcotráfico. Maduro, por sua vez, alega que essas manobras têm como objetivo desestabilizar seu governo e garantir o controle sobre os recursos petrolíferos do país. As recentes libertações, embora positivas, não resolvem o problema estrutural das violações dos direitos humanos que persistem na Venezuela, e os defensores da liberdade seguem clamando por justiça e pela libertação incondicional de todos os presos políticos.

