O Brasil não conseguiu cumprir as metas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a redução da tuberculose. Em 2024, o país registrou 85 mil casos da doença e 6 mil mortes, com a taxa de incidência alcançando 39,8 por 100 mil habitantes, muito acima da meta de 6,7. Especialistas indicam que fatores como condições prisionais e aumento da pobreza estão por trás desse crescimento preocupante.
A tuberculose é frequentemente subdiagnosticada em ambientes prisionais, onde a incidência é 26 vezes maior do que na população geral. A superlotação e a falta de acesso a diagnóstico e tratamento adequado nas prisões contribuem para a propagação da doença, afetando não apenas os encarcerados, mas toda a sociedade. Estudo recente revela que 37% das infecções estão relacionadas a pessoas em situação de encarceramento, evidenciando a gravidade do problema.
Diante desse cenário, especialistas defendem a implementação de medidas que vão além do sistema prisional, como a melhoria das condições sociais e o aumento da detecção da tuberculose na população geral. Investimentos em alternativas ao encarceramento também são vistos como essenciais para conter a epidemia. A luta contra a tuberculose no Brasil exige um olhar mais amplo e ações efetivas para reverter essa tendência alarmante.

