Assinatura do acordo entre União Europeia e Mercosul é adiada para 2026

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

O tratado de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, que deveria ser assinado em dezembro de 2025 durante a Cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu (PR), teve sua assinatura adiada para janeiro de 2026. A decisão foi impulsionada pela pressão de países como a Itália, que teme a concorrência de produtos agrícolas brasileiros e solicita mais salvaguardas. O presidente brasileiro expressou sua frustração com o adiamento, que foi compartilhada por outros líderes sul-americanos.

A Itália, sob a liderança da primeira-ministra Giorgia Meloni, liderou a oposição ao acordo, exigindo proteções adicionais para sua agricultura. As normas já existentes permitirão que a UE suspenda o acesso preferencial a produtos brasileiros caso as importações aumentem ou os preços diminuam significativamente. Essa proteção gerou críticas de especialistas e representantes do setor agrícola brasileiro, que pedem medidas contrárias para equilibrar a situação.

Apesar do impasse, a União Europeia entende que o Mercosul representa uma oportunidade vital para acessar novos mercados, especialmente em um contexto de concorrência com os Estados Unidos e a China. Com as nações mais populosas da UE, como Alemanha e França, tomando posições divergentes, a pressão de setores industriais pode ser crucial para desbloquear as negociações. Enquanto isso, a expectativa é que essa complexa negociação se estenda até 2026, prolongando o que já é considerado uma novela diplomática.

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