Um novo relatório do Tribunal de Justiça de Mato Grosso expõe graves abusos na penitenciária ‘Ferrugem’, localizada em Sinop, onde detentos enfrentam torturas e humilhações sistemáticas. Os prisioneiros, confinados sob condições precárias, relataram a prática de um método conhecido como ‘chantilly’, que consiste na aplicação de spray de pimenta nos olhos, intensificando o sofrimento físico e psicológico. As denúncias indicam que a força de elite da polícia penal, conhecida como SOE, está diretamente envolvida nesses atos de violência.
O documento de 240 páginas revela que os abusos foram realizados sob a supervisão da direção do presídio, que parece ignorar as ordens judiciais e perpetuar um clima de medo entre os detentos. Os relatos incluem episódios em que policiais demonstraram prazer em infligir dor aos prisioneiros, criando um ambiente hostil e opressivo. A situação alarmante levanta questões sobre a responsabilidade das autoridades e a eficácia das medidas de fiscalização no sistema prisional.
As implicações desse relatório são profundas, não apenas para os direitos dos detentos, mas também para a imagem do sistema de justiça no Brasil. A Secretaria de Estado de Justiça de Mato Grosso anunciou a abertura de um procedimento administrativo para investigar os abusos, mas a falta de denúncias formais anteriores levanta dúvidas sobre a seriedade da apuração. Esse caso pode resultar em mudanças significativas nas políticas prisionais e exigir uma revisão das práticas adotadas em instituições semelhantes.