Detentos da penitenciária ‘Ferrugem’, localizada em Sinop, Mato Grosso, têm denunciado práticas de tortura, incluindo humilhações e espancamentos. Relatos apontam que a polícia penal, especificamente a SOE, utiliza táticas brutais, como o chamado ‘procedimento chantilly’, que envolve a aplicação de spray de pimenta diretamente nos olhos dos prisioneiros. Essas denúncias foram documentadas em um relatório do Tribunal de Justiça, que realizou uma inspeção na unidade em outubro deste ano.
O relatório de 240 páginas revela que a penitenciária abriga 1.595 presos e que os abusos ocorrem sob a supervisão da direção do local, que parece ignorar as ordens externas. O diretor e outros membros da equipe foram suspensos por 180 dias, mas continuam a receber salários. As práticas de tortura descritas levantam sérias preocupações sobre a integridade do sistema carcerário em Mato Grosso e a falta de responsabilidade dos agentes penitenciários.
As implicações dessas denúncias são profundas, pois evidenciam um padrão de violência institucional que não apenas fere os direitos humanos, mas também compromete a imagem das autoridades locais. A Secretaria de Estado de Justiça de Mato Grosso anunciou a abertura de um procedimento administrativo para investigar os fatos, mas a credibilidade desse processo é questionada, dada a gravidade das alegações. O caso ressalta a necessidade urgente de reforma no sistema prisional e de proteção efetiva dos direitos dos detentos.

