Um estudo publicado na revista Nature Climate Change alerta que o aquecimento global pode empurrar entre 62 milhões e 99 milhões de pessoas para a pobreza extrema até 2030, caso as temperaturas continuem a subir no ritmo atual. A pesquisa, divulgada nesta segunda-feira, analisou dados de mais de 1.600 regiões em 130 países, revelando que as altas temperaturas têm um impacto desproporcional sobre a pobreza e a desigualdade social.
Os pesquisadores descobriram que cada aumento de 1°C na temperatura média anual pode elevar a taxa de pobreza em até 1,2 ponto percentual, com um aumento significativo no número de pessoas vivendo com menos de US$ 2,15 por dia. Além disso, o estudo indica que a desigualdade de renda, medida pelo índice de Gini, também se agrava com o aquecimento, especialmente em nações mais pobres e nas que dependem da agricultura, onde o calor extremo reduz a produtividade.
Com base em projeções climáticas, os autores enfatizam a necessidade de integrar políticas climáticas com estratégias de combate à pobreza. Eles argumentam que o aquecimento global não é apenas um desafio ambiental, mas um fator que acentua as desigualdades sociais, especialmente nas regiões mais vulneráveis do planeta. A pesquisa ressalta a importância de abordagens que considerem as variações locais para mitigar esses efeitos devastadores.

