O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, declarou que é favorável à discussão sobre a criação de um código de conduta para os ministros, desde que a proposta venha do próprio tribunal. Mendes salientou que qualquer iniciativa externa tende a não prosperar, enfatizando que o tema foi abordado em apenas uma conversa com o presidente do STF, Edson Fachin. Para ele, é fundamental que as regras sejam elaboradas internamente para que sejam efetivas e respeitadas pelos integrantes da Corte.
O ministro também destacou que o ordenamento jurídico atual já possui critérios claros de impedimento e suspeição, presentes nos códigos de Processo Penal e Civil. Segundo Mendes, a introdução de novas regras pode abrir espaço para manobras processuais que comprometam a integridade dos julgamentos. Ele criticou a ideia de criar obstáculos adicionais, alertando que isso poderia resultar em decisões influenciadas por interesses pessoais.
Por fim, Mendes minimizou as críticas à participação de ministros em eventos privados, desde que não haja remuneração ou conduta inadequada. Ele defendeu que a presença em tais eventos não é irregular e que a preocupação com a conduta dos magistrados deve ser equilibrada. Fachin, por sua vez, é a favor de um código que regule a atuação dos ministros em eventos patrocinados por empresas com processos no Supremo, visando maior transparência e ética nas relações institucionais.

