Nesta segunda-feira (22), o Japão deu um passo decisivo ao aprovar a reativação da usina nuclear de Kashiwazaki-Kariwa, a maior do mundo, após quase 15 anos desde o desastre de Fukushima. A votação foi realizada pela assembleia da província de Niigata, que garantiu o retorno das operações da usina, localizada a cerca de 220 km de Tóquio. Esta decisão marca um momento crucial na reavaliação da política energética do Japão, que busca reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados.
O complexo de Kashiwazaki-Kariwa foi um dos 54 reatores fechados após o terremoto e tsunami de 2011, e a reabertura enfrenta resistência significativa da comunidade local. Muitos moradores expressam preocupações sobre a segurança da usina e a possibilidade de novos desastres, especialmente após experiências traumáticas passadas. Embora o governador de Niigata tenha apoiado a reativação, pesquisas mostram que cerca de 60% da população não confiam nas condições de segurança estabelecidas pela Tokyo Electric Power Co (Tepco).
Apesar das controvérsias, a Tepco planeja reiniciar o primeiro dos sete reatores da usina em janeiro de 2026, prometendo investimentos significativos na região para conquistar a confiança da comunidade. A reabertura poderá proporcionar novos empregos e reduzir as contas de energia, mas o debate sobre a segurança nuclear e a aceitação pública continua a ser uma questão central. Com a situação em constante evolução, o futuro da energia nuclear no Japão ainda é incerto, refletindo as divisões profundas dentro da sociedade sobre este tema crítico.

