Pesquisa revela impactos da baixa reciclabilidade de plásticos no Rio de Janeiro

Patricia Nascimento
Tempo: 2 min.

Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (22) destaca os desafios enfrentados por cooperativas de catadores no Rio de Janeiro devido à baixa reciclabilidade das embalagens plásticas. O estudo, que ocorreu entre julho e dezembro de 2025, analisou 20 organizações, sendo dez localizadas na capital e dez em outras regiões do estado. Os dados apontam que, em média, quase 16 horas mensais são perdidas na triagem de plásticos que não geram retorno financeiro, representando cerca de 9,4% do tempo de trabalho desses profissionais.

O levantamento, conduzido pelo Instituto de Direito Coletivo (IDC) e pela Universidade Federal Fluminense (UFF), revela que a maioria dos catadores é composta por mulheres e destaca a precariedade da remuneração desses trabalhadores. A pesquisa também estima que as cooperativas deixam de arrecadar entre R$ 1.179,03 e R$ 3.771,72 mensais devido à não comercialização de rejeitos plásticos. Especialistas enfatizam a importância de reconhecer o papel dos catadores no sistema de reciclagem e a necessidade de medidas que melhorem suas condições de trabalho.

Os pesquisadores alertam para a responsabilidade da indústria, especialmente do setor alimentício, na adoção de embalagens mais sustentáveis. A falta de códigos de reciclagem em muitas embalagens e a predominância de plásticos nos rejeitos analisados evidenciam a urgência de uma mudança de paradigma. Para Tatiana Bastos, presidente do IDC, é fundamental que o poder público e as empresas atuem de forma mais efetiva na fiscalização e na implementação de práticas que beneficiem tanto o meio ambiente quanto a renda dos catadores.

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