O agronegócio brasileiro, fundamental para a economia nacional, enfrenta um desafio crescente em 2025, com um aumento de 147% nas solicitações de Recuperação Judicial, totalizando 628 pedidos no terceiro trimestre. Este é o maior número desde 2021, com Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais respondendo por quase 60% desse total. Este cenário alarmante indica uma reestruturação no setor, que já vinha lutando com margens de lucro reduzidas e um cenário de juros mais altos.
Os dados da Serasa Experian indicam que a crise não é uma mera oscilação sazonal, mas um reposicionamento do mercado, onde a utilização da Recuperação Judicial passou a ser vista como uma estratégia financeira, e não apenas como um último recurso. A judicialização crescente traz à tona preocupações sobre a credibilidade do setor e sua capacidade de atrair investimentos. A insegurança jurídica resultante pode levar à fuga de investidores e ao aumento das taxas de crédito, penalizando ainda mais os produtores que buscam se reerguer.
A profissionalização na gestão financeira se torna crucial para a sobrevivência dos produtores. O abuso da Recuperação Judicial para evitar responsabilidades financeiras pode desestabilizar o mercado de crédito e dificultar o acesso a financiamentos. Apenas por meio de uma governança sólida e respeito aos contratos, o agronegócio poderá superar este ciclo de estresse financeiro e manter sua posição como um dos pilares da economia brasileira.