Um estudo realizado pelo Instituto E+ Transição Energética, em colaboração com o Rocky Mountain Institute, revela que o custo do fertilizante de baixo carbono no Brasil está se aproximando do preço do fertilizante produzido a partir do gás natural. Essa nova dinâmica poderá permitir ao país reduzir sua dependência de importações, além de fortalecer a segurança do agronegócio. O estudo destaca a importância da amônia, que representa até 90% do custo final do fertilizante.
A competitividade da amônia verde surge especialmente em projetos híbridos que utilizam fontes de energia renováveis, como eólica e solar, em locais como Rio Grande e Pecém. O Brasil, com sua vasta oferta de energia limpa e um mercado agrícola robusto, encontra uma oportunidade de se tornar um polo global na transição energética. Atualmente, cerca de 97% dos fertilizantes nitrogenados utilizados na agricultura brasileira são importados, o que representa um risco estratégico para o setor.
A ampliação da produção doméstica de fertilizantes não só contribui para a sustentabilidade ambiental, mas também tem implicações econômicas e geopolíticas significativas. Com a capacidade de produção prevista de até 3,8 milhões de toneladas de nitrogênio por ano, o Brasil poderá atender a 45% da demanda projetada para 2050, alinhando-se às metas do Plano Nacional de Fertilizantes 2050. Essa estratégia pode transformar o setor agrícola brasileiro, tornando-o mais independente e sustentável.

