Neste domingo (21), a Justiça de El Salvador anunciou a condenação de dezenas de membros da gangue Mara Salvatrucha (MS-13) a penas que somam até mil anos de prisão, como parte da estratégia do presidente Nayib Bukele no combate às gangues. O Ministério Público revelou que um dos condenados recebeu 1.335 anos de reclusão por crimes como homicídios e extorsões. Desde março de 2022, um regime de exceção tem permitido prisões sem ordem judicial, resultando em mais de 90 mil detenções.
As condenações ocorreram em um contexto de crescente violência associada às gangues, que se estabeleceram em diversas áreas do país, especialmente na província de La Libertad. O MP destacou que, entre os crimes, estão assassinatos de civis e extorsões de comerciantes, levando muitos a fechar seus negócios devido ao medo. Apesar da redução acentuada nos homicídios, as táticas de Bukele têm gerado críticas de organizações de direitos humanos, que alertam para possíveis abusos por parte das forças de segurança.
Em meio a esse cenário, familiares de detidos alegam inocência e pedem à Suprema Corte que declare o regime de exceção como inconstitucional. Desde 2022, aproximadamente 454 pessoas morreram em prisões, conforme relatórios de organizações humanitárias. A abordagem de Bukele tem atraído a atenção de governos vizinhos, que consideram implementar medidas semelhantes em resposta ao aumento da criminalidade na região.

