O Relatório de Conflitos de Mineração 2024, publicado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), aponta que mais de um milhão de pessoas sofreram consequências de conflitos relacionados à mineração no Brasil durante o último ano. O estudo, revelado este mês, identificou 975 ocorrências em 736 localidades, com uma média alarmante de 2,4 conflitos por dia, excluindo apenas o Distrito Federal.
De acordo com o coordenador da pesquisa, Luiz Jardim Wanderley, embora o total de pessoas afetadas tenha diminuído em comparação a 2023, o número de localidades em conflito aumentou em 329. Os estados mais impactados são Minas Gerais, Pará, Bahia e Alagoas, com Minas Gerais liderando tanto em ocorrências quanto em pessoas atingidas. O relatório também documenta casos de violência extrema, incluindo mortes de trabalhadores e invasões de terras.
As mineradoras, especialmente a Vale e a Samarco, foram apontadas como principais responsáveis pelos conflitos, gerando questionamentos sobre suas práticas sociais e ambientais. Em resposta, as empresas afirmaram seu compromisso com a segurança e o diálogo com as comunidades. No entanto, especialistas destacam a contradição entre as declarações das mineradoras e a realidade dos conflitos, evidenciando a necessidade urgente de uma abordagem mais responsável e transparente na gestão das operações mineradoras no Brasil.

