No dia 18 de dezembro, agricultores de diversos países europeus realizaram protestos em Bruxelas, bloqueando ruas em uma manifestação contra o acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Os manifestantes cercaram áreas próximas ao Parlamento Europeu com tratores, queimaram pneus e entraram em confronto com a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo e canhões de água. Parte do Parlamento chegou a ser evacuada devido aos danos causados pelos protestos.
A mobilização coincidiu com a reunião dos líderes dos 27 países da União Europeia, que discutiram o futuro do acordo, em negociações que se arrastam por mais de duas décadas. A resistência política, especialmente da França e Itália, tem aumentado, com o presidente francês, Emmanuel Macron, pedindo um adiamento da votação final para garantir mais salvaguardas ao setor agrícola. Macron e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, expressaram preocupações sobre os impactos do acordo nos agricultores de seus países.
A situação gera desdobramentos significativos na política europeia e nas relações com os países sul-americanos. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, defende o acordo como uma prioridade diplomática, mas impõe um prazo para sua conclusão. A resistência interna na Europa e a pressão externa do Brasil podem influenciar o futuro do tratado, que ainda precisa do apoio de uma maioria qualificada para ser assinado.

