Dmitri Kozak, ex-assessor próximo de Vladimir Putin, manifestou sua oposição à guerra na Ucrânia, desafiando o presidente russo após três décadas de aliança. Em uma reunião tensa em 2022, Kozak se recusou a seguir ordens de Putin para exigir a rendição da Ucrânia, afirmando que não compreendia os objetivos da invasão. Esse ato de insubordinação ocorreu em um contexto onde a maioria dos aliados de Putin se mantém firme em apoio às suas decisões militares.
A posição de Kozak se torna ainda mais significativa considerando a sua longa trajetória no governo, incluindo papéis cruciais na administração de Putin desde os anos 1990. Após sua saída do governo em setembro de 2025, ele se tornou uma figura central de resistência contra a guerra, expressando suas preocupações sobre as consequências da invasão. Fontes próximas a Kozak revelam que ele previu o impacto negativo da guerra, incluindo a adesão da Suécia e Finlândia à OTAN, e que sua discordância foi vista como um raro momento de dissidência no Kremlin.
A decisão de Kozak de se afastar do governo pode ter implicações significativas para a política interna da Rússia, especialmente em um cenário onde a pressão por um cessar-fogo cresce. Enquanto ele mantém uma posição de certa proteção em Moscou, seu rompimento com Putin destaca as divisões dentro da elite russa. Observadores acreditam que a dissidência de Kozak pode encorajar outros a expressar suas preocupações sobre a guerra, embora a lealdade ao presidente ainda prevaleça entre muitos altos funcionários.

