Em 2025, o agronegócio de Goiás apresentou um crescimento expressivo de 16,8% no PIB, mesmo diante de um cenário econômico desafiador. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), o Valor Bruto da Produção alcançou R$ 120,9 bilhões, com destaque para grãos como soja e milho. No entanto, o aumento no endividamento rural e o recorde de abate de fêmeas despertam preocupações sobre a sustentabilidade do setor.
O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, enfatizou que a crise na cadeia do leite, resultante do aumento das importações de leite em pó, levou muitos pecuaristas a optar pelo abate de matrizes. A situação é alarmante, pois o abate excessivo pode impactar a produção futura, diminuindo a base produtiva e elevando os preços no mercado. Dados indicam que o número de fêmeas abatidas superou o de machos pela primeira vez desde 1997, o que pode acentuar a escassez de bezerros nos próximos anos.
Apesar do desempenho produtivo, o setor agropecuário enfrenta um ambiente macroeconômico adverso, com juros elevados e inflação alta. A Faeg critica a política econômica atual, afirmando que não favorece o aumento da renda das famílias, essencial para o crescimento do consumo. As expectativas para o futuro são de que o ritmo de abate e as dificuldades econômicas possam resultar em uma significativa queda na oferta de carne e leite, afetando a estabilidade do setor.

