O megaprojeto de mineração Simandou, localizado na Guiné, está passando por uma onda de demissões em massa, afetando milhares de trabalhadores enquanto começa a exportar minério de ferro. Este projeto, promovido pelo governo militar como um marco para a transformação econômica do país, foi oficialmente lançado em novembro, antes das eleições de dezembro, marcando um novo capítulo após anos de atrasos e corrupção.
As demissões ocorrem em um contexto de crescentes expectativas em relação ao Simandou, que possui a maior reserva inexplorada de minério de ferro do mundo. Embora o projeto tenha gerado até 60.000 empregos temporários, a necessidade de mão de obra para a operação reduz drasticamente o número de trabalhadores. Especialistas alertam que esse corte pode levar a um aumento no risco de acidentes e agitações sociais, uma vez que muitos trabalhadores perderão suas fontes de renda sem alternativas viáveis.
Em resposta à crise, o governo militar propõe o plano ‘Simandou 2040’, que visa diversificar a economia guineense e criar novos empregos nas áreas de agricultura, educação e infraestrutura. No entanto, a implementação desse plano dependerá em grande parte de investimentos privados. A situação atual destaca os desafios enfrentados pela população local, que continua a lidar com altos índices de pobreza, mesmo com a riqueza mineral do país.

