Os juros futuros no Brasil registraram uma alta significativa nesta quarta-feira, 17 de dezembro, alcançando o maior patamar desde outubro. Essa movimentação é influenciada pela percepção de que o senador Flávio Bolsonaro deverá ser o candidato da direita nas eleições de 2026, enquanto a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, parece cada vez mais improvável.
As preocupações em relação ao quadro fiscal também contribuem para a elevação das taxas. O mercado teme que, caso um novo governo liderado por Lula se estabeleça, haja uma política de gastos mais expansionista, contrastando com a expectativa de que Tarcísio promoveria um ajuste fiscal. Esses fatores levaram a um aumento nos prêmios de risco embutidos nas taxas futuras, refletindo a incerteza política que permeia o ambiente econômico.
A economista-chefe da CM Capital Markets, Carla Argenta, enfatiza que a situação política está moldando as expectativas do mercado. Ela aponta que as pesquisas recentes indicam uma diminuição da viabilidade da candidatura de Tarcísio, o que pode influenciar a decisão do Comitê de Política Monetária em relação à Selic. Assim, a expectativa é de que não haja cortes na taxa de juros antes de março de 2026, a não ser que haja uma consolidação da desaceleração econômica e a inflação continue a arrefecer.

