Quatro trabalhadores que foram submetidos a condições análogas à escravidão durante a ditadura civil-militar processaram a Volkswagen do Brasil, buscando reparação pelos danos sofridos. As ações individuais, que tramitam na Vara do Trabalho de Redenção, no Pará, pedem R$ 2 milhões cada um, valores que consideram a gravidade da situação e a responsabilidade da empresa. O caso remete ao período em que a Fazenda Vale do Rio Cristalino, pertencente a uma subsidiária da montadora, explorou a mão de obra em condições extremamente precárias.
As vítimas foram aliciadas por intermediários com promessas de trabalho digno, mas enfrentaram coação e condições de vida desumanas na propriedade. O Ministério Público do Trabalho já havia ajuizado uma ação civil pública, solicitando R$ 165 milhões em reparação coletiva e a implementação de um protocolo de fiscalização. O Poder Judiciário reconheceu a gravidade do caso e a prioridade necessária, considerando a idade avançada dos trabalhadores afetados.
Este processo revela não apenas as violações de direitos humanos, mas também acende um debate sobre a responsabilidade histórica das empresas em relação a práticas abusivas do passado. A Volkswagen, que se defende afirmando seu compromisso com a dignidade humana e a legalidade trabalhista, enfrenta críticas por sua postura em relação aos processos e pela tentativa de minimizar sua responsabilidade. O desdobramento desse caso pode impactar a percepção pública sobre as práticas empresariais e a necessidade de reparações históricas.

