Acesso à internet entre crianças brasileiras cresce, mas preocupa especialistas

Bruno de Oliveira
Tempo: 2 min.

O acesso à internet na primeira infância no Brasil mais do que dobrou, passando de 11% em 2015 para 23% em 2024. Segundo o estudo ‘Proteção à primeira infância entre telas e mídias digitais’, divulgado pelo Núcleo Ciência Pela Infância, essas estatísticas incluem 44% dos bebês de até 2 anos e 71% das crianças de 3 a 5 anos. Apesar desse crescimento, a pesquisa indica que a Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda o uso de telas para menores de 2 anos, e sugere que o tempo de tela para crianças de 2 a 5 anos seja limitado a uma hora por dia com supervisão de um adulto.

A pesquisa também destaca que desigualdades sociais afetam o uso de telas. Entre crianças de famílias de baixa renda, 69% são expostas a um tempo excessivo de tela, o que pode substituir brincadeiras e interações sociais essenciais para o desenvolvimento. A professora associada da Universidade de São Paulo, Maria Beatriz Linhares, enfatiza que essa realidade revela uma falta de apoio às famílias, comprometendo habilidades sociais e desenvolvimento emocional das crianças.

Diante desse cenário, o estudo recomenda a implementação de políticas públicas que integrem saúde, educação e assistência social. As pesquisadoras ressaltam a importância da mediação ativa dos pais no uso de dispositivos digitais, sugerindo práticas como estabelecer limites de tempo e priorizar a interação presencial. O NCPI defende que um ambiente equilibrado, com vínculos reais, é fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças.

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