Um ex-combatente brasileiro, identificado como Rafael, compartilhou sua experiência na Ucrânia, onde muitos soldados brasileiros mortos são deixados sem reconhecimento, com corpos consumidos por animais. Essa situação, segundo ele, se dá devido a uma prática cruel que permite que os mortos sejam registrados como ‘desaparecidos úteis’, garantindo benefícios financeiros para as unidades militares. Este relato expõe um lado sombrio da guerra, onde as vidas dos soldados são tratadas como uma mera questão financeira.
Rafael descreve como os corpos não recuperados são frequentemente ignorados intencionalmente, refletindo um sistema perverso que desvia recursos destinados aos soldados. Ele afirma que muitos familiares só tomam conhecimento da morte de seus entes queridos por meio de mensagens de colegas ou redes sociais, perpetuando o luto e a angústia. A situação é ainda mais crítica, pois as mortes não ocorrem apenas em combate direto, mas por minas e drones, aumentando o risco enfrentado pelos combatentes.
Esse cenário alarmante levanta questões sobre a responsabilidade das autoridades e a falta de suporte às famílias afetadas. O Itamaraty, procurado para comentar sobre a situação dos brasileiros na guerra, não respondeu até o fechamento desta edição. As implicações dessa realidade não só afetam os soldados e suas famílias, mas também refletem a necessidade de uma abordagem mais humana em situações de conflito armado.