Mais de dois milhões de pessoas solicitaram o passaporte espanhol, conforme uma nova lei de reparação que visa restaurar direitos a descendentes de exilados políticos e ideológicos. A maior parte das solicitações se concentra na Argentina, onde um milhão de pessoas buscaram a nacionalidade, mas Cuba, México, Venezuela e Brasil também destacam-se entre os países com alto número de pedidos.
A Lei de Memória Democrática, aprovada em 2022, concede direitos de nacionalidade aos filhos e netos de espanhóis que foram forçados a deixar o país. A presidente do Conselho Geral da Cidadania Espanhola no Exterior (CGCEE) previu que o processo de tramitação poderá levar de três a quatro anos, embora a taxa de indeferimento seja bastante baixa, em torno de 1% a 2%. Com isso, a Espanha poderá duplicar o volume de cidadãos no exterior, impactando sua população atual de 49,1 milhões de habitantes.
A proposta de reparação não se limita aos exilados da Guerra Civil, abrangendo também outros contextos históricos. O passaporte espanhol oferece aos solicitantes acesso à Europa, o que é visto como uma proteção em tempos de crise. A iniciativa, além de corrigir erros do passado, pode proporcionar novas oportunidades para as gerações futuras, possibilitando uma conexão mais forte com a cultura espanhola.

