Ana Flávia Cabral, CEO da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira, abordou em entrevista os desafios da equidade de gênero nas orquestras profissionais, onde apenas 9 das 77 vagas são ocupadas por mulheres. Ela destaca que o verdadeiro desafio não se limita à inserção, mas envolve a inclusão e a manutenção de um ambiente equitativo para as musicistas. A gestora observa que a falta de flexibilidade nas demandas familiares prejudica a permanência das mulheres nesse campo exigente.
Cabral critica a marginalização da cultura na agenda pública brasileira, o que leva à precarização de instituições como a OSB, que completa 85 anos. A gestora defende que a cultura deve ser considerada uma prioridade e não um aspecto residual da política de Estado. Com a implementação de um modelo de gestão compartilhada, ela busca dar voz e autonomia às musicistas, promovendo um ambiente mais inclusivo.
Por fim, Ana Flávia Cabral enfatiza que é necessário um esforço conjunto, incluindo o apoio dos homens, para equilibrar a presença feminina nas orquestras. Para ela, a mudança exige um compromisso com a equidade que pode alterar a percepção das novas gerações sobre o papel das mulheres na música. Essa abordagem visa não apenas integrar, mas também valorizar a contribuição feminina no cenário musical.

