Um estudo recente da Fundação Oswaldo Cruz revela que as taxas de suicídio entre jovens indígenas no Brasil atingem níveis alarmantes. A análise aponta uma taxa de 62,7 suicídios por 100 mil habitantes, muito acima da média nacional de 31,2. Em particular, homens indígenas de 20 a 24 anos enfrentam a maior taxa, com 107,9 por 100 mil, enquanto mulheres indígenas de 15 a 19 anos apresentam um índice de 46,2.
Os pesquisadores identificam fatores como preconceito estrutural, mudanças culturais rápidas e dificuldades de acesso aos serviços de saúde como contribuintes para essa crise. O estudo também destaca que a juventude indígena vive em um ambiente onde há disponibilidade de informações, mas a resposta institucional é lenta e insuficiente. Essa situação, aliada a um histórico de isolamento e fraturas comunitárias, intensifica a vulnerabilidade dessa população.
Além disso, o estudo aponta que apenas 11,3% dos atendimentos na atenção primária se concentram em saúde mental, o que contrasta com as necessidades reais dos jovens. Entre as mulheres, a depressão e as consequências da violência são prevalentes, enquanto os homens lidam principalmente com o consumo de drogas. A necessidade de políticas públicas eficazes e suporte imediato é imperativa para abordar essa questão crítica e salvar vidas.

