Os rendimentos no Brasil devem continuar a aumentar no curto prazo, mesmo diante de sinais de desaceleração no mercado de trabalho. Economistas consultados pela XP Investimentos e pelo Banco Daycoval indicam que, apesar da perda de dinamismo, a renda real apresenta um crescimento significativo, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
Rodolfo Margato, da XP, afirma que o cenário atual de estabilização do emprego e aumento da renda real deve persistir, com uma taxa de desemprego neutra abaixo do nível de equilíbrio. Essa situação pode sustentar o crescimento da atividade econômica e do consumo, mesmo que as projeções para 2026 indiquem uma moderação dos rendimentos. O Banco Daycoval, por sua vez, também prevê um crescimento real robusto, mas alerta para o risco de viés inflacionário devido a rendimentos acima da produtividade.
Com a estabilidade no mercado de trabalho e a melhora recente do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o Banco Central não deve enfrentar pressões imediatas para cortar juros. Projeções indicam que o cenário inflacionário permanece sob controle, mas a inflação de serviços continua sendo um fator de risco. O início do afrouxamento monetário está previsto para janeiro de 2026, com cortes graduais na Selic, refletindo uma abordagem cautelosa na condução da política monetária.

