Os rendimentos no Brasil apresentam um crescimento contínuo, conforme demonstram as últimas leituras da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Economistas, como Rodolfo Margato da XP Investimentos, afirmam que essa tendência deve persistir no curto prazo, mesmo diante de um mercado de trabalho em desaceleração e de um crescimento econômico moderado.
O economista Antonio Ricciardi, do Banco Daycoval, destaca que, apesar do crescimento real dos rendimentos, há um viés inflacionário, pois esse avanço supera a produtividade da economia. Para os próximos anos, as projeções incluem um crescimento real de 3,2% para o rendimento médio em 2025, embora se aguarde uma desaceleração na renda à medida que o mercado de trabalho se ajusta. O Banco Central, por sua vez, mantém a cautela, sem grandes preocupações com a inflação atual.
As expectativas de afrouxamento monetário começam a surgir, com cortes na Selic previstos para o início de 2026. No entanto, a inflação de serviços continua a ser um fator de risco que pode influenciar a condução da política monetária. Com a melhora no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o cenário ainda é favorável para o crescimento da renda, embora os analistas recomendem atenção às próximas movimentações do mercado de trabalho.

