Censura e violência ameaçam a liberdade de ensino no Brasil

Laura Ferreira
Tempo: 2 min.

Uma pesquisa inédita revelou que nove em cada dez professores da educação básica e superior no Brasil já foram perseguidos ou presenciaram episódios de censura. O estudo, realizado pelo Observatório Nacional da Violência Contra Educadoras/es da UFF em parceria com o Ministério da Educação, abrangeu 3.012 profissionais de todo o país. Os dados alarmantes apontam para uma realidade preocupante nas escolas, onde a intimidação se tornou um fenômeno disseminado.

O coordenador da pesquisa, professor Fernando Penna, destacou que 61% dos educadores da educação básica e 55% da superior relataram ter sido vítimas de violência. A censura, que afeta temas como gênero e sexualidade, tem gerado um clima de insegurança, levando muitos a evitar discussões relevantes em sala de aula. Além disso, as pressões externas e internas, incluindo de figuras públicas, intensificam o problema, comprometendo a liberdade de ensinar e aprender.

As implicações desse cenário são preocupantes, pois a violência não afeta apenas os professores, mas também o aprendizado dos alunos. A pesquisa sugere a necessidade urgente de políticas públicas de proteção aos educadores, especialmente em anos eleitorais, quando a tensão política aumenta. O Observatório propõe a criação de um plano nacional de enfrentamento à violência, visando garantir um ambiente educacional mais seguro e democrático.

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