A contaminação por agrotóxicos no Brasil é uma questão significativa, atingindo populações vulneráveis, conforme afirma Susana Prizendt, da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida. Durante uma homenagem ao cineasta Sílvio Tendler, ela destacou que a insegurança alimentar é um problema que se entrelaça com recortes de gênero, raça e território, impactando especialmente os povos descendentes de negros e indígenas que trabalham nas lavouras.
Prizendt enfatiza que a falta de acesso a alimentos livres de venenos é alarmante. A crescente presença de produtos ultraprocessados na dieta alimentar dos brasileiros, que aumentou de 10% para 23% desde os anos 80, é uma preocupação adicional. Estudos do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor revelaram que muitos alimentos industrializados, frequentemente consumidos, contêm resíduos de agrotóxicos, incluindo itens populares entre crianças.
A análise de Prizendt sugere que as grandes corporações alimentícias são responsáveis por esse cenário, promovendo o consumo de produtos baratos e industrializados. A combinação de insegurança alimentar e contaminação por agrotóxicos gera um ciclo prejudicial para a saúde pública e a segurança alimentar no Brasil. A situação exige uma resposta urgente das autoridades e um debate mais amplo sobre o acesso à alimentação saudável e sustentável.


