Mulheres advogadas de várias partes do Brasil se uniram em um protesto contra a redução de suas identidades profissionais a meros papéis de apoio a homens. A manifestação, que ganhou força nas redes sociais, foi desencadeada por uma reportagem que destacou a advogada Danyelle Galvão como ‘namorada de José Dirceu’, minimizando sua carreira de mais de 20 anos como advogada e juíza substituta do TRE-SP.
O descontentamento se concentra na percepção de que o trabalho de advogadas é frequentemente ofuscado por suas relações pessoais. A vice-presidente da OAB-SP, Daniela Magalhães, criticou a prática de descrever mulheres como complementos de homens, enfatizando que isso ignora suas realizações e contribuições significativas. Outras entidades, como o Instituto de Garantias Penais, também se manifestaram, destacando o impacto negativo de tais estereótipos na visão da profissão.
Esse movimento não visa atacar um veículo específico, mas gera um chamado à conscientização sobre o papel das mulheres na advocacia. Renata Mariz, presidente da AASP, sublinhou a importância do respeito às trajetórias profissionais das mulheres, independentemente de suas relações pessoais. A manifestação reflete um desejo crescente de igualdade e reconhecimento na profissão, desafiando narrativas que reduzem o valor das mulheres advogadas a vínculos afetivos.