A residência médica no Brasil enfrenta uma crise sem precedentes, com jovens médicos abandonando a especialização devido a longas jornadas, assédio moral e remuneração inadequada. Em São Paulo, uma residente de cirurgia relata ter trabalhado mais de 100 horas por semana, evidenciando um ambiente de trabalho hostil que pode comprometer a formação destes profissionais.
Além das condições de trabalho, a pressão psicológica e a falta de infraestrutura são desafios constantes. Dados indicam que cerca de 30% das vagas de residência permanecem ociosas, refletindo a falta de atratividade do programa. Especialistas afirmam que essa situação pode resultar em um impacto negativo na qualidade do atendimento à saúde da população, ampliando a necessidade de reformas no sistema.
Com a formação de mais médicos do que o mercado consegue absorver, a discussão sobre a remuneração e as condições de trabalho se intensifica. A criação de um plano de carreira nacional e a revisão das políticas de formação são apontadas como soluções para atrair novos profissionais e garantir que a saúde pública não seja comprometida. A saúde mental dos futuros especialistas também se torna uma prioridade, pois ambientes hostis podem afetar diretamente a relação médico-paciente.


