Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), é alvo de dez pedidos de impeachment no Senado, mas não é o mais visado entre os magistrados da Corte. Essa situação ocorre em meio a uma crise crescente entre os Poderes, acentuada pela decisão do ministro de restringir à Procuradoria-Geral da República (PGR) a possibilidade de propor tais processos, o que eleva a tensão política no país.
Atualmente, há 81 pedidos de impeachment de ministros do STF na mesa do presidente do Senado, com Alexandre de Moraes liderando o número de solicitações, totalizando 43. A oposição, especialmente a bolsonarista, tem utilizado essa estratégia como uma forma de pressão política, embora os pedidos frequentemente não avancem devido à necessidade de uma maioria qualificada para sua apreciação. A meta da direita é conquistar a maioria no Senado nas eleições de 2026, para que possam pautar a votação dos afastamentos.
A mudança na regra proposta por Mendes, que limita a apresentação de pedidos de impeachment à PGR, poderá impactar a dinâmica política e a forma como esses processos são tratados no futuro. Apesar da quantidade de pedidos, a falta de apoio popular e a maior exigência para a tramitação dificultam a efetivação dos mesmos. O cenário atual reflete não apenas a insatisfação com os ministros do STF, mas também um jogo político que pode influenciar a governabilidade e as relações entre os Poderes nos próximos anos.


