Carlos Portugal Gouvêa, um professor brasileiro da Faculdade de Direito de Harvard, foi preso em Massachusetts após se declarar culpado de disparar uma arma de chumbinho perto do Templo Beth Zion. O incidente ocorreu em 1º de outubro, na véspera do Yom Kippur, e levou à revogação de seu visto temporário pelas autoridades de imigração dos Estados Unidos. O governo classificou o ato como um ‘incidente de tiros antissemita’, uma caracterização contestada por investigadores locais.
Gouvêa, que lecionou na universidade americana durante o outono, afirmou que não sabia da proximidade da sinagoga e que utilizava a arma para caçar ratos na área. Apesar das alegações do governo Trump, tanto o templo quanto a polícia local indicaram que o ato não parecia ter motivações antissemitas. Ele concordou em deixar o país e cumprirá seis meses de liberdade condicional, enquanto outras acusações foram descartadas como parte de um acordo judicial.
O caso ocorre em um contexto tenso, onde Harvard enfrenta pressão do governo para lidar com alegações de antissemitismo em seu campus. A universidade, que já processou o governo por ações que considerou ilegais, não se pronunciou sobre a prisão de Gouvêa. O incidente destaca não apenas a complexidade das interações entre instituições acadêmicas e a política, mas também as implicações mais amplas sobre a segurança e a percepção comunitária em relação a atos de violência.


