No dia 3 de dezembro, a Comissão Europeia anunciou uma proposta inovadora que visa financiar a Ucrânia utilizando ativos russos congelados como base para um empréstimo. Com um valor total de 210 bilhões de euros, o plano permite que Kiev inicie os pagamentos somente após a obtenção de reparações da Rússia. A primeira parcela de 90 bilhões deverá ser distribuída nos próximos dois anos, conforme os princípios de gestão financeira estabelecidos pelo bloco europeu.
A proposta surge em meio a crescentes necessidades financeiras da Ucrânia, que, segundo o Fundo Monetário Internacional, superam 137 bilhões de euros até 2027. O governo ucraniano, liderado por Volodymyr Zelensky, já planeja destinar mais de 60% do orçamento de 2026 para a área militar, incluindo salários de soldados e aquisição de novos armamentos. Em coletiva, Ursula von der Leyen destacou que o empréstimo visa aumentar os custos de guerra para a Rússia e enfatizou a necessidade de pressionar o Kremlin.
Entretanto, a Bélgica manifestou forte oposição à proposta, considerando-a uma opção de financiamento arriscada. O governo belga exige garantias de que outros países da UE assumirão custos potenciais decorrentes de ações judiciais da Rússia relacionadas aos ativos do Banco Central russo. Enquanto isso, França e Alemanha apoiam a iniciativa, considerando-a urgente e necessária para pressionar o líder russo, apesar das preocupações levantadas pelos belgas.


