A crise política em Brasília, especialmente em torno da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da indicação de um novo ministro ao Supremo Tribunal Federal, elevou a preocupação entre investidores. O economista Fábio Louzada ressaltou que o mercado financeiro, em um momento delicado, observa a LDO com mais atenção do que o próprio PIB, devido à transformação da pauta orçamentária em um balcão de trocas entre o governo e o Congresso.
Louzada alertou que a necessidade do governo em aprovar a LDO para garantir a continuidade de suas operações contrasta com a dependência dos parlamentares em relação às emendas para sua sobrevivência eleitoral. Essa dinâmica pode drenar recursos que seriam destinados a áreas essenciais como educação e tecnologia, comprometendo a produtividade do país. O risco de um ambiente fiscal deteriorado é evidente, com juros elevados e incertezas crônicas se tornando uma nova realidade, especialmente em um ano eleitoral.
No entanto, a disputa entre o governo e o Congresso não afeta apenas os números, mas também a população. A indicação do novo ministro ao STF, que enfrenta obstáculos políticos, é um reflexo de como essa guerra pode impactar diretamente o bem-estar social. Louzada conclui que, embora tanto o governo quanto os parlamentares busquem benefícios, quem realmente perde com essa negociação é o cidadão brasileiro, que verá as consequências dessa troca de interesses.


