No último dia 11 de novembro, o Iraque realizou sua sexta eleição parlamentar desde a queda do regime de Saddam Hussein, com 7.743 candidatos disputando 329 assentos. Apesar da alta participação eleitoral, que alcançou 56,11% do eleitorado, muitos iraquianos consideram o processo uma mera formalidade. A insatisfação com a ordem política vigente é palpável, refletindo um sentimento de que as eleições não trarão mudanças significativas para o país.
Os resultados do pleito reforçaram a influência de milícias xiitas, como Asaib Ahl al-Haq, que conquistou 27 cadeiras, e a Organização Badr, que obteve 21. A ascensão dessas forças armadas à política iraquiana evidencia a continuidade do sectarismo no sistema governamental, que é estruturado de acordo com divisões étnico-religiosas. Além disso, a reabilitação de figuras políticas controversas, como Nuri al-Maliki, levanta preocupações sobre um possível retrocesso em direitos civis e sociais.
A situação econômica e social do Iraque permanece crítica, com a população clamando por mudanças efetivas. As recentes eleições não parecem indicar um caminho claro para a transformação desejada, mas sim a perpetuação de um sistema que beneficia elites e milícias. Assim, o futuro político do Iraque se apresenta nebuloso, com a população aguardando por promessas de mudança que, até o momento, parecem distantes.


