A Polícia Federal (PF) anunciou nesta quarta-feira (3) que está conduzindo uma investigação sobre a disseminação de um vírus potencialmente letal que afeta a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), uma das aves mais raras do mundo. Esta espécie, que foi declarada extinta na natureza há 25 anos, começou um programa de reintrodução em 2020, mas agora enfrenta uma grave ameaça à sua sobrevivência.
Recentemente, o Instituto Brasileiro de Biodiversidade e Meio Ambiente (ICMBio) confirmou que 11 das ararinhas-azuis soltas na natureza testaram positivo para um circovírus, que pode causar deformações e não tem cura. Além disso, foram identificados 20 casos em aves que permanecem em cativeiro, levando a um cerco regulatório e à aplicação de multas em um criadouro na Bahia por não seguir protocolos de biossegurança adequados.
A PF apreendeu equipamentos do criadouro como parte da Operação Blue Hope, e os responsáveis podem enfrentar acusações de obstrução da fiscalização ambiental. A situação se complica com a resistência do criadouro em recapturar as aves soltas, desrespeitando ordens judiciais, o que intensifica as preocupações sobre a preservação dessa espécie emblemática e a responsabilidade dos criadores na proteção da fauna nacional.