Os custos crescentes de construção de galpões logísticos no Brasil devem impulsionar a valorização dos fundos imobiliários do setor em 2026. De acordo com Simone Santos, sócia-diretora da Binswanger Brazil, o aumento no preço das matérias-primas inviabiliza projetos que não partam de aluguéis elevados, com valores mínimos em torno de R$ 28 por metro quadrado na média nacional e R$ 35 em áreas mais concorridas, como nas proximidades de São Paulo.
Além disso, a taxa de vacância no setor permanece baixa, o que reflete um apetite significativo por novos empreendimentos. Apesar das altas taxas de juros, a expectativa de redução na Selic ao longo de 2026 pode catalisar um ciclo de valorização, sustentado pelo aumento dos aluguéis. Santos enfatiza que, mesmo com os juros elevados, o mercado deve observar uma das maiores entregas de imóveis desde o início da pandemia.
Por fim, a descentralização da oferta de logística é um movimento crescente, com diversas regiões, além do Sudeste, apresentando demanda significativa e vacância reduzida. Esse fenômeno pode ajudar a diluir riscos e garantir um ciclo positivo para o setor logístico no Brasil. A estratégia das desenvolvedoras de realizar entregas parciais também contribui para evitar excessos e atender à demanda emergente.

