A falta de um candidato definido para desafiar Lula nas eleições de 2026 não é, por si só, uma preocupação crítica para a direita, conforme aponta o cientista político Cristiano Noronha. Em entrevista ao programa Ponto de Vista, ele destaca que o verdadeiro risco reside nas desavenças internas do campo bolsonarista, que podem prejudicar a unidade necessária para a disputa eleitoral.
Noronha cita a experiência do PT em 2018, quando Fernando Haddad foi oficializado como candidato apenas um mês antes das eleições e, mesmo assim, conseguiu avançar para o segundo turno. Ele argumenta que a escolha tardia de um candidato pode ser menos prejudicial do que a antecipação, que poderia desgastar a imagem do escolhido. No entanto, ele alerta que as disputas internas entre figuras proeminentes da direita, como Jair Bolsonaro e seus aliados, podem gerar feridas profundas que dificultam a formação de uma coalizão sólida.
A situação atual apresenta um cenário delicado, onde a divisão interna pode beneficiar o governo Lula, que observa a desordem na oposição com atenção. Embora Bolsonaro mantenha uma posição relevante nas pesquisas, as rivalidades e conflitos entre seus apoiadores são vistos como uma ameaça ao desempenho da direita nas próximas eleições. A resolução dessas tensões será crucial para garantir a competitividade do campo opositor em 2026.