A Dinamarca alcançou uma produção orgânica de € 2,1 bilhões em 2023, consolidando-se como líder global nesse setor. Em contraposição, o Brasil, apesar de seu vasto potencial agrícola, gerou apenas € 778 milhões em produção orgânica, com um consumo per capita de apenas € 4. Um estudo da Embrapa sinaliza que o Brasil enfrenta desafios significativos para transformar sua agricultura orgânica em um mercado competitivo.
Os pesquisadores destacam que a Dinamarca implementou uma estratégia de longo prazo com forte institucionalização e incentivos, resultando em um ambiente favorável tanto para produtores quanto para consumidores. Enquanto isso, o Brasil opera em um ciclo vicioso, onde a baixa produção e a falta de dados confiáveis dificultam o acesso a crédito e a conversão da agricultura convencional para a orgânica. A ausência de um registro eficaz da produção orgânica e a baixa demanda geram um cenário desafiador para o crescimento desse mercado.
As lições da Dinamarca podem oferecer direções valiosas para o Brasil, sugerindo que políticas públicas que promovam metas de produção e incentivos financeiros são essenciais. A adoção de um selo nacional confiável poderia aumentar a confiança do consumidor e permitir que os produtos orgânicos competissem em grandes redes. Se o Brasil conseguir reverter esse ciclo vicioso, poderá transformar sua agricultura orgânica em um setor econômico relevante.