Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, Barcarena, município a 18 km de Belém, foi visitada por uma comitiva de setenta pessoas, incluindo membros da ONU e autoridades locais. A visita, organizada pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres, visava apresentar as práticas de resiliência urbana e as iniciativas de educação ambiental da cidade. Em contraste, outra expedição, chamada Toxic Tour, expôs os problemas enfrentados pelos moradores devido à mineração de bauxita na região.
A cidade recebeu o título de ‘Hub de Resiliência Climática’ em 2023, um reconhecimento que reflete os esforços da administração municipal em alinhar suas políticas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. No entanto, os moradores de Barcarena, especialmente aqueles afetados pelas atividades industriais, expressam ceticismo em relação a esse reconhecimento, citando os impactos negativos da exploração mineral e a falta de medidas efetivas para mitigar os danos ambientais. As visitas contrastantes durante a COP30 ressaltam a complexidade da situação local, onde o discurso oficial de progresso coexiste com realidades adversas para muitas comunidades.
Os desdobramentos das iniciativas de resiliência urbana e a crítica das comunidades afetadas pela mineração levantam questões sobre a eficácia das políticas públicas em Barcarena. A visita da comitiva da ONU pode trazer visibilidade e recursos, mas a implementação de soluções reais para os problemas ambientais e sociais da região permanece um desafio. À medida que Barcarena busca equilibrar desenvolvimento e preservação ambiental, a luta das comunidades locais por justiça e reconhecimento de seus direitos continua a ser um fator crucial no debate sobre o futuro da cidade.

