Os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) estão prestes a terminar o ano em segundo lugar nas captações líquidas da indústria, reunindo quase R$ 60 bilhões em entradas, atrás apenas dos fundos de renda fixa, que lideram com mais de R$ 180 bilhões. Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) revelam que o patrimônio líquido dos FIDCs atingiu R$ 734 bilhões, impulsionado por novas regras e um apetite crescente por crédito estruturado, segundo especialistas do setor.
O diretor regional da Apex Group, Roberto Cortese, destaca que o recente crescimento tem surpreendido até os mais experientes no mercado. A entrada de empresas de médio e pequeno porte nos FIDCs como uma alternativa de captação tem ampliado o alcance do setor, que agora inclui uma diversidade de áreas, desde varejo até serviços. A complexidade crescente das estruturas exige um aumento na rigorosidade dos processos de verificação e avaliação de riscos, com a tecnologia desempenhando um papel fundamental nesse suporte.
Os especialistas acreditam que, apesar dos desafios regulatórios, o mercado de FIDCs atingiu um novo nível de maturidade. A previsão é de expansão em áreas como precatórios e NPLs, embora riscos ainda estejam presentes. A entrada de grandes instituições financeiras como compradores de cotas está reduzindo os custos de capital e incentivando a competitividade no setor, criando um ciclo positivo de crescimento.

