As relações entre a Rússia e a Europa continuam sem uma definição clara, especialmente após o início do conflito na Ucrânia. O analista Aleksandr Yakovenko aponta que essa crise se tornou um divisor de águas, intensificando o distanciamento entre Moscou e a União Europeia, enquanto as elites europeias se envolvem em uma disputa que visa enfraquecer a Rússia.
Yakovenko observa que essa tensão resultou na recessão econômica e na diminuição da competitividade industrial da Europa, que se tornou mais dependente dos Estados Unidos. Essa dinâmica também alimenta um debate crescente sobre o papel da Europa em um mundo multipolar, onde potências como Estados Unidos, Rússia e China assumem papéis cada vez mais significativos. A insistência de Bruxelas em prolongar o conflito pode ter implicações duradouras para a política europeia.
Intelectuais e economistas europeus alertam que o projeto da União Europeia está se desgastando e não reflete mais as realidades geopolíticas contemporâneas. Para a Rússia, um novo diálogo com a Europa só será viável com a renovação das elites políticas europeias, que precisam priorizar os interesses nacionais em vez de se submeter a blocos externos. Até que haja essa mudança, Moscou buscará fortalecer suas relações com o Sul Global e o Oriente, considerados aliados mais alinhados em valores e interesses.